segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O caos, o sortilégio e a sorte

O orgulho do orvalho
é o sonho que receia...!
...que recria e recreia
em sua mente... ...
em seu sono... ... ...

O prelúdio do tempo
é o estúdio do leito...!
...que do peito nutre a vida
que das cinzas faz a terra... ...
e da morte faz seu berço... ... ...

O sortilégio dos ventos
é a paixão da maçã...!
...cuja semente brota o pecado
e para o passado esconde e mente
a vida que promete...
a luta que não sente... ...
e o erro que repete... ... ...

O prelúdio do orvalho
é o orgulho do tempo...!
...fortunados sejam como os ventos,
não como os leitos que aqui fazem seus berços,
sob o caos, o sortilégio e a sorte... ... ...

A donzela de névoa

Aqueles olhos brilhantes de cristal
sintilavam guizos a cada movimento.
Aqueles cabelos de plumas
dançavam ao ritmo das espirais do vento.

Seu vestido branco,
um aroma de rosas e esperança exalava.
Por vezes parecia criança,
seus pequenos pés decaíam enquanto ela levitava.

A noite cobria seu rosto
em um véu escuro e crescente...
Por o que esperaria aquela donzela a olhar o horizonte?
O que se escondia em sua mente distante?

Mesmo numa noite chuvosa
ela voltou ao penhasco viril,
e abriu seus braços em vôo num salto sutil!
...entretanto ninguém notou suas ausência,
tampouco a viu...

Seus olhos de cristal
já não brilhavam de reflexo
já que ela não mais existia...
Não compreendo como acontecia
se de pouco em pouco... de tempos em tempos...
tudo se repetia
e eu ainda a via...

domingo, 27 de dezembro de 2009

O diário

Páginas escondem mágoas.
Águas passadas se camuflam
em rochas e rosas belamente desenhadas.

A poeira do tempo paira no ar.
Sutilmente pingos dourados como mel
choviam como lágrimas do céu.

Virando páginas, letras corriam pelos meus olhos.
Palavras fortes! Momentos redundantes, ou simples...
...depende do ponto de vista...

Uma página arrancada bruscamente!
Raiva alí havia... aquilo me intrigava...
eu nunca soube o que 12 de julho lhe significava...

O último dia chegara à última folha rabiscada.
Cada olhar, cada abraço e cada beijo
cristalizados no fim do ano...
Mas não se iluda,
pois do próximo ano
este dia é apenas o começo...

O mapa da Lua

O mapa da Lua descreve seu relevo
por montanhas e mares secos em variadas sinfonias
a dançar ao som do ausente vento
e a recitar silenciosas solitárias poesias.

Os asteróides que lá colidem modificam meu mapa em regalia,
utopia seria compreender que o mesmo nunca se modificaria...
As harpias se confundem entre as noites e a histeria,
e estrelas muitas vezes me serviam de guia.

Em ousadia eu manipulava o que alí havia,
em soberania modificava o relevo em serventia.
Estaria ele ouvindo ao que minha imaginação dizia
ou ao que de fato seria um dia?